segunda-feira, 7 de maio de 2012

Af for dance (2004)

Depois de um longo jejum “eletroacústico solo”, retornei para o meu velho Mac 8100 para fazer esta peça. Durante o mestrado estudando paisagens sonoras decidi testar um pouco do que eu estava pensando. Como estava estudando Gibson (foto ai do lado) e toda sua teoria da percepção direta resolvi testar como aplicar isso em música. Gibson fala sobre a percepção de uma forma totalmente diferente e oposta aos procedimentos do processamento de informação e diz que percebemos aquilo que temos possibilidade onto-biológica para perceber (de uma forma muito simplificada). Chama essa possibilidade de Affordance de onde tirei o título da peça. Juntando o conceito de affordance com o de esquizofonia do Schafer parti para a criação desta peça. Trabalhei então com uma viagem meio paisagem sonora meio música acusmática pelo universo de um bar, passando para sons mais “naturais”, fechando a peça com uma coleção de sons de portas que se fecham. A ideia foi sempre tentar criar dubiedades entre as fontes sonoras com sons que não sabemos se são chuva, portões, lareiras, etc. A peça é um labirinto de referencialidades construídas no intuito de confundir o ouvinte. Funcionam? O ouvinte decidirá. Fiquei muito feliz quando ganhei o terceiro lugar no 1st International Electroacoustic Composition Contest - Conservatório Estadual "Juscelino Kubitscheck de Oliveira" em 2006 . A peça foi analisada no trabalho do meu colega Luis Felipe de Oliveira durante seu doutorado na Unicamp, o que me deixou muito honrado. Em 2006 a peça foi apresentada como obra convidada no teatro do mini-B.E.A.S.T. de Birmingham na Inglaterra.

Áudio em Soundcloud.com

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